Abstract
Quando em 1979 as tropas soviéticas invadiram o Afeganistão e foi criado um centro de recrutamento para enviar jovens muçulmanos para a frente de combate, dificilmente se poderia imaginar que as acções deste mesmo grupo iriam abalar o mundo vinte e dois anos mais tarde. A 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos da América testemunhavam os efeitos de um combate que tinha começado a ser preparado desde o fim da década de 80 e que desferia então o seu ataque mais mortífero, mas igualmente mais simbólico. Com a queda das Torres Gémeas do World Trade Center, caía também por terra o mito da invulnerabilidade americana. Por esta altura, a União Europeia, embora solidária, ainda sonhava com políticas sociais e com teorias de integração económica. Estava, então, longe de imaginar que o mesmo poderia vir a suceder na Europa. Foram dois anos e meio de permanente descoberta não só acerca da natureza da ameaça, mas também sobre as actividades terroristas que aqui se desenvolviam. Dia 11 de Março de 2004 tinha lugar um atentado terrorista em Madrid, levando a União Europeia a perder todas as suas ilusões. A estrutura que tantos anos tinha levado a criar, tão completa e com tantas regulamentações, tinha acabado por se transformar numa ratoeira, demasiado burocrática e lenta para enfrentar as ameaças actuais. Um ano após este atentado, a distância não é ainda suficiente para permitir uma reflexão profunda acerca das consequências, a longo termo, deste acontecimento. Neste sentido, este trabalho pretende, através da análise da anterior experiência da União Europeia com o terrorismo, das fragilidades observadas a nível interno e externo, das suas respostas e da sugestão de algumas linhas de acção, incentivar um debate mais alargado sobre as futuras opções desta região face a um dos seus maiores problemas actuais.
Translated title of the contribution | The weaknesses of the European Union in the face of terrorism |
---|---|
Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 127-142 |
Number of pages | 16 |
Journal | Relações internacionais |
Volume | 6 |
Publication status | Published - Jun 2005 |